Um dos maiores e primeiros vencidos durante a Transformação serão as religiões organizadas do mundo.
Elas já se encontram com menos adeptos do que esperavam, mas isso é raramente noticiado, e como
resultado, a ansiedade é crescente ao longo dos corredores do poder. A Igreja Católica tem vindo há muito
a sentir um esgotamento nos seus postos nos EUA, e entrincheirado como é o catolicismo na América do
Sul, este continente não fica atrás. O lema da tolerância e da abertura de ideias não se coaduna com a rigidez
e a autoridade em que as religiões organizadas assentam. Se existem enclaves de controle, tal como nos
países islâmicos, o resto do mundo tem mostrado uma firme tendência para o livre pensamento e para a
independência dos mandatos que as religiões organizadas impõem.
O que é que isto quer dizer para a Igreja? Menos membros significa menos lucros, mas para muitas religiões
organizadas, a situação não é critica a não ser no número, cada vez mais pequeno de pessoas, que se
voluntarizam e devotam a sua vida como trabalhadores de graça a essas organizações. Há bastante tempo
que a Igreja Católica tem vindo a ser alvo duma redução dos seus seminaristas e freiras nos conventos, e
outras religiões com doutrinas muito rígidas, têm tido semelhante situação. As pessoas vão envelhecendo nos
seus cargos, e há cada vez menos jovens da sociedade a integrar o grupo. Em alguns enclaves de devoção,
não há ninguém a não ser os mais velhos, e todo o sistema fechará quando os membros antigos morrerem.
Assim se os corredores do poder estão ainda cheios de sedentos de poder, cada vez vão sendo menos, os
que se deixam liderar.
Desta forma, nos casos raros em que a Igreja e o Estado se juntam, tal como em alguns países do Islão, a
Igreja será inútil e só atrapalhará. Mudando a mensagem para a tolerância, enganará poucos e só servirá
para aumentar as suspeitas. Para que a Igreja Católica aceitasse o conceito da evolução, quando torturou
tantos seres durante a Inquisição, pelo seu livre pensamento, e que é agora correntemente aceite pela
comunidade cientifica, seria considerado hipocrisia, e é do que se trata. Ninguém é tolo, e algumas destas
manobras afastaram aqueles que olhavam a igreja como sentido de continuidade e segurança. Mesmo onde a
Igreja e o Estado se juntaram temporariamente, isso irá mudar, e poderá subitamente fazer com que a Igreja
esteja de novo confiante apesar da diminuição dos devotos.